Era festa do dia do índio na escola, então a professora perguntou a um aluninho moreno e de cabelos lisos cor de carvão:
- Fulano, você é descendente de índios?
- Sou, tia. A minha avó era índia - respondeu o menino.
E bastou este breve diálogo para que os demais alunos se manifestassem, quase em uníssono, afirmando esbaforidos e aos gritos que também possuíam algum ancestral ameríndio. Até um lourinho de cabelos demasiado descoloridos - que passaria por Alemão fácil, fácil.
Mas, do meio do reboliço destacou-se a sentença de um:
- Tia, até o meu cachorro é índio!!
Ao que se seguiu:
- Tia, o meu também!
- O meu gato também!
- O meu coelhinho que morreu também era índio!
- O meu passarinho também!
...