segunda-feira, 30 de março de 2009

Tá foda pra tocar essa obra!

Caros amigos, frequentadores desse ypsilones-açaí-mococa espaço internético. Por motivo de força maior, no momento tenho dedicado bastante de minha atenção aos meus mais novos amigos de infância: Thomas Hobbes e John Locke. A falta de postagens é, entretanto, transitória e será corrigida pelo setor responsável.

domingo, 15 de março de 2009

...No fiofó do latifúndio!




LA PAZ (Reuters) - O presidente da Bolívia, Evo Morales, entregou a indígenas guaranis terras recém-confiscadas de cinco proprietários, em uma nova demonstração de força perante a oposição conservadora da rica região de Santa Cruz.

Resta saber se os beneficiários desta ação receberão suporte sócio-econômico para poderem, então, se manterem no pé-de-chão (rimou, viu!). Do contrário, nossotros-hermanos-brasileños temos todo um histórico de fracasso ocupacional na região norte do país acá. Dá uma boa cartilha, hein!


sexta-feira, 13 de março de 2009

Tinha que ser ele!


"Todo Brasil era fiscal do Sarney. Nada poderia aumentar, então faltava tudo que queria aumentar.
Era fila da carne, do frango, dos ovos, do leite, etc....
Fartava tudo.
Me recusava a entrar em fila, mas o tal ovo fazia falta nos lanches rápidos.
Então resolvi criar galinha lá em casa, no 8º andar.
Apesar de ter explicado ao homem da loja que só queria fêmeas, vieram dois galos no grupo de 8 pintinhos.
E logo eles se desenvolveram, e foram morar no quarto de empregada.
Como saia muito cedo, e voltava muito tarde, não imaginava o reboliço que meu galinheiro criou no prédio.
Certo sábado, logo após entrar no elevador, um de meus galos cantou bonito.
Havia um casal de idosos comigo, que automaticamente fez o comentário:

“...veja que absurdo!!! Criam galinha no nosso prédio!!!!”



O velhinho então retrucou:

“...mas isto logo vai acabar, pois montamos uma comissão para investigar o paradeiro destes animais na última reunião de condomínio”

Para não ficar por baixo na indignação exclamei, “em plena Copacabana!!!!”

Então percebi o tamanho da confusão.
Logo fui procurado por um dos zeladores do prédio, que por agradecimento as doações de resto de comida ( Pizza e chinesa ) me jurou fidelidade e disse que nunca me entregaria ao sindico.
Agradeci, meio cabreiro e vendo que teria que sair com o galinheiro do prédio.
Logo fiz uma “doação” à escola da Rebecca, minha filha, das penudas lá de casa, rssss.
A operação da saída do apartamento na madrugada, com a participação do vigia e zelador, foi coisa de cinema."

Fragmento extraído do blog do Wellington Rainho.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Deu no Le Monde Diplomatique

terça-feira, 10 de março de 2009

Em homenagem ao Rainho...

Ainda não sei o porquê... Despencou do peitoril da janela e deu no chão. De maneira tal que um pedaço da hélice divorciou-se do resto. Foi necessário desligá-lo.
Tentei ligá-lo novamente, mas, amargando a falta do fragmento que se fora tinha crises de epilepsia, tremia-se todo - além do dano primariamente detectado o eixo havia empenado levemente.
Desmontei-o. Não foi difícil. Retirei a peça fraturada e resgatei a porção complementar que repousava no interior da carcaça à revelia de qualquer coisa. Remendei com araldite e retalhinhos de poliéster e remontei pensando: Supimpa!!
Pluguei na tomada. Liguei pra testar. Funcionou! Obaaaaa!
Hoje - por causa do eixo envergado e uma pá da hélice mais pesada que as outras duas (fruto do reparo realizado) - o pequeno circulador de ar ronda a casa a tremer e asoprar na direção que lhe apetece, completamente alheio à nossa vontade e ao calor que tem feito. Ronca como um helicóptero, só que preso ao chão. Óbvio.
Ao menos sabemos que a máquina desobediente não fugirá de casa, ansiosa com as novidades do mundo lá fora, afinal, o fio condutor é o limite!

segunda-feira, 9 de março de 2009

Joinha, joinha!!!!!

Domingo de sol, ré, mi, sibemol, Fá sustenido, ah, toda a escala cromática!
Enfim, dia de chorinho na praça São Salvador, em Laranjeiras!
No copo um bom suquinho de cajá - depois, um de abacaxi com hortelã - e umas empadinhas de camarão absolutamente in-su-pe-rá-veis!
Tão aí umas fotinhos da domingueira maravilhosa, afinal, nóis mata a cobra e mostra "aquela coisa horrível", né?
Ô vidinha mais ou menos...

(Ah, parabéns à virtuosa criatura feminina!! Vocês, mulheres, são puro borogodó!!)



sábado, 7 de março de 2009

Essas charges me perseguem...


Cotidiano superlativo

A estranha.


De Myriam Paranhos
Todos os dias ela enfrentava o mesmo trajeto, eram as mesmas estradas, os mesmos rostos, mesmos cheiros e olhares. Até aquele dia. Foi aí que ela a conheceu, conheceu a mulher simples com suas roupas puídas, sandálias sujas, o cabelo que mais parecia um ninho de pássaros. Mas não foi isso que a fez parar. O que a fez parar foi o fato de que mesmo sendo tão pobre, a estranha parecia não estar se importando. Ela parecia estar apenas lá, vivendo um dia após o outro com a sua dor, como duas companheiras. E Sorrindo. Como se não bastasse ela estava SORRINDO, sim, como se estivesse zombando das cartas que a vida lhe deu. Mostrando aqueles dentes amarelados, com vestígios de alguma refeição feita a muito tempo,e a sua boca exalava um cheiro forte, quase insuportável. Ela não queria mais ficar olhando aquela estranha que a encarava. Sentia... medo? Nojo? Tristeza? Não sei. Ela só queria sair dali. Então com um grande enjôo, ela saiu. Voltou para a sua rotina, foi levando a vida, tentando esquecer o horror daquela face tão marcada por uma vida infeliz. Ela se foi, mas na pressa de se livrar da visão horrenda acabou não vendo que na verdade a estranha que havia cruzado seu caminho, era um espelho.

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:: Ciclo ::


De Renato Alt

Como fazia todos os dias, acordou cedo, antes do despertador, e colocou-se em frente ao espelho. Olhou para o rosto que lhe parecia cada vez menos familiar, para o cansaço que se acumulava em forma de olheiras, para o cabelo que lhe caía sobre a face sem que ninguém o houvesse tocado.

Escovou os dentes, na mesma ordem em que o fazia sempre: primeiro os de trás, depois os da frente, e bochechou com enxaguante de hortelã primeiro do lado direito e depois do esquerdo.

Fez o café, deu comida ao gato, engoliu dois comprimidos de codeína porque a cama já vinha há tempos acabando com suas costas. Era preciso um colchão novo, e repetia-o em voz alta vezes sem conta há mais de um mês.

Enquanto se arrumava, ouvia notícias ou alguma música. Impressionava-se com as histórias que vinham de lugares distantes, e colocava-se a pensar como seria estar ali, viver ali, andar por algumas das ruas que contam tanto a tantos.

Planejava há muito uma viagem para longe. Já havia juntado dinheiro suficiente, panfletos turísticos o suficiente, pesquisado o suficiente na internet e traçado roteiros o suficiente. Mas não havia tempo agora, afinal o trabalho se acumulava e, se não se livrasse dos papéis sobre a mesa, em breve estariam ocupando toda a sala. O cargo que mantinha em sua empresa não era o que queria da vida, sabia muito bem disso, e logo iria buscar algo que lhe fizesse mais feliz, que lhe fizesse um ser humano mais completo.

Já sabia o que era e em breve abraçaria a idéia. Repetia-o em voz alta vezes sem conta, há mais de dez anos.

Antes de sair, conferiu se todas as janelas e torneiras estavam fechadas. Conferiu a porta duas vezes. Seguiu para o elevador.

E foi para o trabalho, como fazia todos os dias.

...



sexta-feira, 6 de março de 2009

Fidel sobre a globalização neoliberal

texto extraído do blog do Emir Sader


A TV cubana transmite o Encontro dos Economistas em todas as suas atividades, de forma direta, em TV aberta, para todo o país. Há mesas com grandes temas, à tarde e à noite, assim como comissões de manhã, divididas em temas: finanças, desenvolvimento: políticas agrárias e segurança alimentar, crise econômica global, temas sociais, energia e meio ambiente, desenvolvimento e globalização e integração.

O presidente da Associação de Economistas Cubanos, Roberto Verrier, recordou, no seu discurso de abertura do evento, palavras proferidas por Fidel Castro no Encontro realizado em janeiro de 1999, há 10 anos, no primeiro Encontro de Economistas, quando poucos se atreviam a prever a crise que vive hoje:

“Que tipo de globalização temos hoje? Uma globalização neoliberal; muitos de nós a chamamos assim. Ela é sustentável? Não. Poderá subsistir por muito tempo? Absolutamente não. Por séculos? Categoricamente não. Durará apenas décadas? Sim, só décadas. Porém mais cedo do que se imagina terá que deixar de existir.”

“Será que eu acredito que eu sou uma espécie de profeta ou de adivinho? Não. Conheço muito de economia? Não. Quase absolutamente nada. Para afirmar o que eu disse basta saber somar, diminuir, multiplicar e dividir. O que aprendem as crianças na escola primária.”

“Como vai se produzir a transição? Não sabemos ainda. Mediante grandes revoluções violentas ou grandes guerras? Parece improvável, irracional e suicida. Mediante profundas e catastróficas crises? Infelizmente é o mais provável, quase quase inevitável e transcorrerá por vias e formas de luta muito diversas...”

Comentou Verrier: “Aquele discurso nos desconcertou a todos por sua brevidade e contundência, quando ainda estávamos por constatar seu profundo avanço sobre os acontecimentos que se precipitaram no lapso de uma década.”

E, mais adiante, disse: “Se requer uma análise séria, profunda e rigorosa sobre a crise econômica global e seu impacto no setor financeiro. É imprescindível um novo desenho da ordem econômica internacional e uma reestruturação de sua arquitetura financeira. Toda analise sobre este tema requer a mais ampla participação da comunidade internacional. Todos os países e, em particular, os países em via de desenvolvimento, têm o direito a estar presentes, a aportar seus pontos de vista e perspectivas, e a fazer parte das soluções que se definam.”

quinta-feira, 5 de março de 2009

Faz pensar

Globalização

De João Campos Nunes

Estação de trem do Brás. Oito horas da manhã de uma segunda feira chuvosa. Milhares se aglutinam - ocupando sim, o mesmo espaço - em busca das escadas rolantes, que muito estressadas a essa hora da manhã costumam parar - pura birra. Tudo na mais perfeita desordem. Contudo, algo chamava a atenção:

Um totem, com dois metros de altura ao meio do caminho. Aos que sabiam - e o tinham como hábito - ler, a situação causava ainda maior estranheza. Diziam letras vermelhas: "Pressione o botão para retirar cem dólares, contudo, um chinês será morto".
Um senhor de alguma idade parou em frente ao botão vermelho e parecia refletir sobre a situação, um pouco depois foi embora coçando a cabeça. Dois ou três jovens agora liam e reliam os dizeres, seus olhos iam do botão até a gavetinha igual à de caixas eletrônicos onde supostamente sairia o dinheiro. Quando já se formara uma grande roda de pessoas envolta do totem, ouvia-se de tudo:
- É pegadinha, olha a câmera lá. - Disse uma senhora
- Será que é de verdade?
- Como assim, a vida de um ser humano por cem dólares?
- Um chinês a mais ou a menos. - Disse um motoqueiro que deu dois passos adiante e pressionou o botão. A máquina gemeu, um barulho de guilhotina ecoou pela estação. Depois a gavetinha se abriu e uma nota verde vibrou aliviada. O motoqueiro estava pasmo, puxou a nota, verificou se era verdadeira e abriu espaço na multidão, mais pasma que ele. Uma vaia se esboçou, mas foi logo amordaçada. A estação virou um caos. Centenas se confundiam um com as pernas dos outros, não se sabia qual era entre tantas a sua mão, todos buscavam o botão. Um visor laranja acima do totem contava, e subia rapidamente. Só se ouvia gritos de discórdia Essa nota é minha, ou esse chinês era meu! E a máquina guilhotinava e agradecia gentil com outra nota, e outra e outra vez.
É a fralda das crianças, pensavam, se eu não pegar esse dinheiro quem vai morrer sou eu, não deve ser verdade. Alguém até soltou: Que negócio da china!
Quando o visor contava dez mil. A máquina se silenciou. Só depois de algum tempo as pessoas se convenceram que a máquina tinha cansado de tanto sangue. E começaram a voltar a suas vidas normais, contudo duzentos reais menos pobres. A culpa repartida não deveria vir cobrá-los.

Estação de trem de Pequim. Oito horas da manhã de uma segunda feira chuvosa. Milhares se aglutinam em busca das escadas rolantes, que muito estressadas a essa hora da manhã costumam parar. Contudo, algo chamava a atenção: Um totem, com dois metros de altura ao meio do caminho. Diziam letras vermelhas: "Pressione o botão para suicidar-se e doar cem dólares para um brasileiro".

terça-feira, 3 de março de 2009

Esse merece o nosso mais que tradicional "joinha, joinha!"

Elucubrações anhaianas

De Fábio Reynol


Caro leitor, cada um elucubra onde mais lhe apetece. Uns preferem refletir sob o chuveiro morno para que os miolos se amaciem, outros gostam de fazer suas viagens intelectuais em carrinhos de supermercado donde tiram verdadeiros compêndios sobre o comportamento humanoconsumista, José Anhaia elegeu o áurico e sagrado espaço de seu vaso sanitário para deitar fora as mais preciosas reflexões sobre o universo que aí está. Ironia pura o fato de na mesma hora e local serem deitadas fora outras criações de suas entranhas bem menos preciosas, para não dizer o contrário, bem abjetas. Bom, detenhamo-nos às primeiras e deixemos as segundas para um ensaio de outro cronista descompromissado com os pudores de uma crônica familiar como esta.

A escolha do privilegiado ambiente sanitário para os exercícios do intelecto já lhe trouxe consequências das mais curiosas. A mais interessante é que quanto mais tempo ele passa no trono, mais profundas são suas conclusões e mais sofisticada se torna a sua linha de raciocínio. Uma diarréia, por exemplo, pode ser a catalizadora de um ensaio sobre a taciturnidade inerente às aves de rapina comedoras de matéria putrefata ou sobre a etmologia do vocábulo “estrovenga”, ou ainda sobre a incompreensibilidade do termo “graças a Deus” aplicado às situações favoráveis, mas jamais empregado aos reveses da vida.

Outra curiosidade é notá-lo aquietado, sem perguntas a colocar, nem ensaios a apresentar. Nesses momentos, raros é verdade, o diagnótico é certo: “o senhor está com o intestino preso, não é, seo José?” O fato é que a sua atividade intestinal está intimamente ligada de alguma forma à sua atividade mental. O que me faz acreditar que um purgante ou uma infecção intestinal o faria rescrever a teoria da relatividade, e lhe renderia com certeza um Nobel.

Só não se atreva a interrompê-lo durante seu processo criativo, o último que fez isso teve um fim trágico. Conta o próprio sábio que um dia estava ele a soltar pensamentos a esmo pelo vaso sanitário quando uma criatura resolveu atrapalhá-lo: “Era um mosquito da dengue", lembra o sapiente. "O safado deu um voo rasante no meu nariz. Quando retornou da volta de reconhecimento, dei-lhe um safanão na orelha direita que ela deve ter ficado zunindo. Atordoado, ele entrou em meidei e já foi procurando um rio Hudson para fazer um pouso de emergência. Desceu de barriga sobre uma poça no chão e começou a taxiar. Antes que ele pudesse iniciar os reparos, esmaguei sua fuselagem com um pisão”, conta orgulhoso J. Anhaia o seu grande feito de guerra.

Descartes dizia que pensava e por isso existia, Anhaia o reescreve com o seu “cago, logo penso”! É o fundador do racionalismo diarréico ou anhaiano.


segunda-feira, 2 de março de 2009

Por motivos ético-interpretativos e no exercício de suas atribuições esta postagem foi removida pelo magnânimo-ypsilones-ó-salve-salve presidente da instituição...

ponto


E tenho dito!

domingo, 1 de março de 2009

Parafraseando (o Rainho)...

Hoje, Liliana faria 32 anos.

Seu sorriso jamais será esquecido.

Quanta honra tê-la conhecido e feito parte de sua vida!