quarta-feira, 13 de maio de 2009

Em obras




terça-feira, 12 de maio de 2009

Eu vou!




Cineclube CineolhO 
16 de Maio - Sábado, às 16h 

O Cineclube CineolhO foi inaugurado em 18 de julho de 2001 dentro da ONG Campus Avançado, com a proposta de exibir filmes de gêneros variados e conteúdo enriquecedor, sobretudo curtas e médias-metragens fora do circuito comercial. Dentro desta proposta, já foram exibidos mais de 100 títulos de diversas categorias, seja animação, documentário, ficção. Filmes em 16mm, super-8 e vídeo digital. Sua sessão de estréia foi dedicada a uma coletânea dos melhores curtas produzidos pelo curso de cinema da Universidade Federal Fluminense na época. “Sopro”, de Eduardo Nunes, “Ama Ceará”, de Pedro Martins, por exemplo, dois filmes exibidos em vários festivais e premiados no Brasil e no exterior. 

PROGRAMAÇÃO DIA 16 DE MAIO

Sessão em homenagem a trajetória do Festival de Cinema de Brasília,
primeiro grande evento de cinema no Brasil que teve sua primeira edição em 1965, logo após a implantação do regime militar, como forma de expressão de uma intelectualidade pulsante e crtiativa. 

 - À João Guimarães Rosa, 1968 - de Roberto Santos, 14 min SP.
Imagens do Sertão mineiro a partir de fotos, com trechos narrados de “Grande Sertão Veredas”.

 - Meow, 1981 - de Marcos Magalhães, 8min RJ.
Um gato é disputado por dois donos. Um tem pouco leite e outro tenta acostuma-lo a beber “soda-cólica”.

 - Maracatu Maracatus, 1995 - de Marcelo Gomes, 14 min PE.
As diferenças culturais entre as várias gerações de integrantes do Maracatu rural em Pernanbuco.

 - Mr. Abrakadabra! 1996 - de José Araripe Jr , 13min BA.
Um velho artista já não consegue fazer suas mágicas. Arquiteta um super suicídio. Porém algo acontece.

 - Rap, o canto da Ceilândia , 2005 - de Adirley Queiroz. 15 min, DF.
Diálogo com artistas do Rap nacional, moradores da Ceilândia, cidade -satélite de Brasília.

E mais: Filme Surpresa

09 de Maio - Sábado, às 16h
Local: Auditório do MAC de Niteroi 
Entrada Franca
Informações - ONG Campus Avançado
Tel: 2721-4372 ou 9846-2268

Plágio abençoado!!!!

Vejam o que o texto do Bahia nos proporcionou, agora, nas palavras do Rodrigo. Não tinha como deixar isso recluso à coluna dos comentários.

"Há muitos à confundir humildade com humilhação; tão diferentes são.
Quem se deixa por nada humilhar desaprendeu a se amar; perdeu a razão; não se reserva o direito à dignidade, nega a humildade, essa qualidade, dignificante e honrosa; quem dela se liga, logo logo se humaniza.
Bem ao contrário torna-se aquele experimentado na arte de deixar-se negar, nega-se o direito a boa estima, caminho de quem aprendeu a se amar.
Ao revés, humanos se tornam, humildade, quem de ti se apropria; nega toda dor, dor imposta, desumana, plena de vindita; se apressa para longe do caminho da verdade, que é o caminho do amor, esse sim, dos dons o maior, que a todos nós deixa prenhe de vida."

Humildade, de Mauricio Bahia

A humildade é uma coisa boa.
Parece uma coisa à toa.
Pequena e imensa.
Infinitamente densa.
Explode no caos.
Revela-se num gesto.
No encanto.
Recatada e breve.
Simples palavra.
Retumbante.
Ação.

Pode calar um trovão.
Transformar diamantes.
Em mirra, incenso e pão.
Desafia qualquer labuta.
Em silêncio se basta.
Descalça, desnuda.
Sem palavras.
Revela milagres.
Nem sim, nem não.
Deslumbrante.
Doação.


Poema extraído do blog do Maurício Bahia, gente finíssima.   

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Indo ao Correio em Paris(*) - Affonso Romano de Sant'Anna

Tendo que colocar três livros no correio em Paris, senti-me como uma  pessoa do interior, como aquelas meio analfabetas que não sabem que a carta tem que ter endereço, selo, etc., e  gente, então, por puro espírito de solidariedade, acaba  socorrendo-a. É  que a tecnologia nos transforma todos em analfabetos semi funcionais. Já contei em mil conferências e já botei em crõnica  o que chamo de  "síndrome da torneira". Hoje em dia, abrir uma torneira em hotel e aeroporto virou uma operação que só pode ser feita por engenheiros da Nasa. Também tomar um simples elevador num hotel moderno exige que acionemos códigos e cartões. Igualmente, ir ao correio num outro país que adotou certas tecnologias passa  a ser uma operação constrangedora. Sobretudo, quando se está naquela temperatura de menos dois graus lá fora e a gente para fazer qualquer gesto burocrático, tem que tirar  capote, suéter, luva, cachecol e todas as peles que o inverno nos impõe usar.
 
Pois bem. Estava eu ali para postar alguns livros, e não  fosse uma brasileira simpaticíssima (bonita por natureza), mandada por Deus (que também é brasileiro), não fosse essa brasileira eu estaria perdido. Pois,  de repente, ela virou-se para mim e disse: "Você não é o Affonso Romano?!..." . Era. Sou. Isto acontece. Ás vezes, ser quem os outros acham que eu sou, tem me salvado. Alguns leitores eventualmente me escrevem dizendo  sobre uma crônica ou outra: "Você salvou minha vida!". Pois os leitores volta e meia têm me salvo de situações embaraçosas ou me  feito viver melhor com um ou outro mimo.
 
Pois a minha leitora parisiense, percebeu meu ar desamparado de bóia-fria, de sem teto, de quem não sabe o que fazer com a correspondência na mão e, com seu marido, socorreu-me.
 

Já havia entrado numa fila equivocadamente e de lá me tirou uma funcionária quando percebeu que eu queria simplesmente postar três livros. Tirou-me da fila, mas com aquela pressa e superioridade francesa murmurou umas coisas que não dava para entender, porque não era questão de língua, é que era uma informação nova que eu não podia absorver assim sem mais nem menos. Na verdade, eu teria que fazer umas  operações simples, simples para quem  sabe, impossíveis para quem não sabe. Quando a funcionária me disse solipsisticamente o que fazer, eu brasileiramente lhe ponderei: -"Mas vou ter que antes fazer doutoramento na Sorbone, sou apenas um turista e acabei de chegar, veja,  "sou apenas um rapaz latino-americano", como cantava o Belchior.

 

A funcionária me olhou com evidente superioridade. Eu era aquilo que Montesquieu, num livro do antigo  ginásio chamava de : " um persa em Paris", um estranho no ninho. Acho que foi aí que Helena Faissol ouviu o meu clamor de subdesenvolvido e estendeu-me o sorriso, a mão e aquela frase salvadora.

 

Na verdade (dei-me conta), teria que executar a seguinte operação: ir a um balcão, no qual não havia atendente, apenas uma fila de pessoas e mesa computadorizada com uma balança em cima. Teria que ter intimidade suficiente com aquele móvel para  botar os livros um por um na balança, apertar uns botões que eu teria que descobrir onde estavam, fazendo, é claro,  distinção sobre correspondência para a França e para o exterior; a seguir, como se soubesse tudo o que aquela máquina é capaz de fazer em substituição a um ser humano, retirar os selos de um de seus buraquinhos, colá-los no envelope e pagar. Mas pagar como? Simples, para quem sabe: eu teria que ter o número exato de moedas necessárias, (coisa de advinho e profeta) ou então meter ali o cartão de crédito e começar a ter com a máquina um diálogo pós-industrial.

 

Como se vê, escrever crônicas tem alguma utilidade. Elas não mudam o mundo, mas podem nos ajudar até a postar correspondência no exterior.

 

(*)-Estado de Minas/Correio Braziliense-12.01.09



Este vômito burguês é mais uma postagem da série a série: Susanna faz free lance no "Banalidades". 

domingo, 10 de maio de 2009

A minha mãe não instituiu um dia para me dar mais ou menos amor...

O debate sobre o PIB: "estamos fazendo a conta errrada"

Quando o navio petroleiro Exxon Valdez naufragou nas costas do Alaska, foi necessário contratar inúmeras empresas para limpar as costas, o que elevou fortemente o PIB da região. Como pode a destruição ambiental aumentar o PIB? Simplesmente porque o PIB calcula o volume de atividades econômicas, e não se são úteis ou nocivas. Na metodologia atual, a poluição aparece como sendo ótima para a economia, e o IBAMA vai aparecer como o vilão que a impede de avançar. A análise é de Ladislau Dowbor. Leia mais...


Não tenho dúvida de que este é um dos artigos mais esclarecedores sobre economia e meio ambiente com o qual já tive contato. Uma leitura valiosíssima, tanto para não-iniciados quanto para quem já detem conhecimento à respeito.


sexta-feira, 8 de maio de 2009

Cada um de volta ao seu quadrado: Uma previsão desalentadora

Neste período haverá resistência e haverá conflitos sociais agudos, e se a crise se prolongar, deverão se multiplicar as rebeliões sociais e as guerras civis nas zonas de fratura do sistema mundial, e é provável que algumas destas rebeliões voltem a se colocar objetivos socialistas. Mas do nosso ponto de vista, não haverá uma mudança de modo de produção em escala mundial, nem tampouco ocorrerá uma superação hegeliana do sistema inter-estatal capitalista. A análise é de José Luís Fiori. Leia mais...



A Coisa pública e a privada, de Affonso Romano de Sant'Anna *

(REPUBLICA - vem do latim "res"= coisa + publica)

  

Entre a coisa pública

e a privada

achou-se a República

assentada.

 

Uns queriam privar

da coisa pública

outros queriam provar

da privada,

conquanto, é claro,

que, na provação,

a privada, publicamente

parecesse perfumada.

 

Dessa luta intestina

entre a gula pública e a privada

a República

acabou desarranjada

e já ninguém sabia

quando era a empresa pública

privada pública

ou

pública privada.

 

Assim ia a rês pública: avacalhada

uma rês pública: charqueada

uma rês pública, publicamente

corneada, que por mais

que lhe batessem na cangalha

mais vivia escangalhada.

 

Qual o jeito?

Submetê-la a um jejum?

Ou dar purgante à esganada

que  embora a prisão de ventre

tinha a pança inflacionada?

 

O que fazer?

Privatizar a privada

onde estão todos

publicamente assentados?

Ou publicar, de uma penada,

que a coisa pública

se deixar de ser privada

pode ser recuperada?

 

-Sim, é preciso sanear,

desinfectar a coisa pública,

limpar a verba malversada,

dar descarga na privada.

 

Enfim, acabar com a alquimia

de empresas públicas-privadas

que querem ver suas fezes

em ouro alheio transformadas.



* Gentilmente enviado por nossa correspondente Susanna Lima sob o patrocínio do Frigorífico Brasil: porque o nosso cachorro é amarrado com linguiça!



"Minha alma canta. Vejo o Rio de Janeiro"...




quinta-feira, 7 de maio de 2009

Joinha, joinha!

Hoje, um grafite inofensivo; amanhã, propaganda da coca-cola!

O vírus da estação

Por Sidney Andrade


E se restava ainda alguma dúvida de que o mundo está doente, eis os porquinhos de agora pra nos provar que nem só de pão viverá o homem, mas de todo bacon que ele conseguir descontaminar. Eu tento, mas não consigo não ser sarcástico, suspeito que numa época de modismos exacerbados, até as epidemias têm tendência. Se antes a preocupação vinha do ambiente, assim meio que como uma caixinha de surpresa saltava da água suja uma cólera, depois uma picadinha de mosquito e lá vinha a dengue, enfim, moléstias de “por onde andei”, a moda do século vinte e um é vírus mutante em pele de animal.


E quem não se lembra que um tempinho atrás eram as aves as protagonistas? Como toda boa modinha, autodestrutiva, era o cúmulo do paradoxo: canja, o melhor remédio pra toda gripe, nem pensar! Esse negócio de fama é mesmo muito fugaz, mal deu tempo e já as penas estão ultrapassadas. O porco é o novo frango. Rosa é a cor da estação.


Mas ainda há um mínimo de consciência ambiental! Porque o contágio da gripe suína não se dá através dos porcos. A transmissão é feita de pessoa pra pessoa, e seguindo a linha politicamente correta que é também tendência do século, resolveu-se rebatizar a doença, para que os porquinhos não sejam sacrificados inocentemente, feito as bruxas da inquisição. O nome agora é Gripe A H1N1. O vírus evoluiu dos bichos e é passado adiante feito a boa e velha gripe do tempo da vovó. Mesmo assim, ainda não confio muito: e como foi que a primeira pessoa se contaminou? Talvez um fazendeiro muito apegado que costumasse dar beijinhos de bom-dia nos seus bichinhos.


Desconfianças à parte, um eufemismo é sempre mais atraente. Termos científicos chegaram com tudo nesse começo de século. E essa coisa de misturar números com letras dá um tom mais solene ao problema, a gravidade parece que aumenta: feito mãe zangada que chama o filho pelo nome completo pra ele perceber a encrenca em que se meteu.


É fato: a paranóia reina. Tanto que, agora, qualquer espirrozinho estremece o mundo. Mesmo os jornais repetindo incansavelmente – e eu já exausto de escutar – que a doença ainda não deu sinais no Brasil (ai, ai, até nesse ponto as novas tendências chegam por último aqui), não pude evitar de cogitar a possibilidade: mamãe ficou resfriada essa semana.


E lá vou eu investigar, temeroso, todas as implicações da doença. O que só serviu pra aumentar minha aflição. Os sintomas são quase os mesmos da démodé gripe do frango, que, por sua vez, não diferiam muito – ao meu olhar de leigo, claro – dos da gripe pré-histórica banal. Uma febre, tosse, nariz escorrendo, dores de cabeça e no corpo: pronto, mamãe, com complexo de Elvira Pagã (primeira brasileira a usar biquíni, nas praias de Copacabana), ousada, vai ser pioneira no Brasil. No fim, foi apenas um dia de resfriado.


E, mesmo assim, ainda não sosseguei. Hoje mesmo tive uma dor de cabeça mais aguda e uma indisposição. Quem riria de mim se eu dissesse que já pensei na desgraçada da A H1N1? O alarde, ao invés de acalmar, parece provocar um tal placebo às avessas.


Bem, teve o mal da vaca louca, depois as aves, agora os porcos. Será que peixe também fica gripado?


Texto diligentemente garimpado por nossa fiel correspondente-escudeiraSusanna Fernandes Lima em mais uma de suas investigações intenéticas.

sábado, 2 de maio de 2009

Com abuso poético

Quando eu nasci, um anjo glutão e deselegante, desses que usam barba comprida, carregam nas asas cinzentas e carcomidas o peso de dez mil batalhas místicas e tem tatuagem na barriga, veio a mim e disse: Vai ser rebelde, meu filho! Vai agitar vespeiro!

E eu fiquei quietinho... As pedras dos olhos... Só fitando ele...