segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Temos muito o que aprender...

"É um golpe na oligarquia", dizia o partidário chavista, ainda com um largo sorriso, ao repórter da rede de tv brasileira.
Pois bem. Não bastasse a recente aprovação da nova constituição boliviana - fato emblemático na contraposição ao livre direito à propriedade privada [instituição burguesa praticamente intocável em quase todo o mundo, desde a revolução francesa] - no último domingo (15/02) Hugo Cháves deu mais um passo para a consolidação de um estado venezuelano que se pretende socialista.
E, maiores juízos à parte, Cháves e Evo Morales tem demonstrado grande talento no que diz respeito à articulação política para a concretização de seus projetos populares. Afinal, não se pode esquecer que as conquistas dos dois chefes de estado vem se fortalecendo através do voto.
Mas, me chamou atenção o uso da palavra "oligarquia" na sentença do venezuelano entrevistado.
E me pus a pensar: quantos brasileiros circunscritos nas camadas populares sabem o que configura esse regime de governo? Indo além, quantos se atreveriam a utilizar o termo numa declaração à imprensa?
Não que eu esteja propondo uma abordagem preconceituosa, entretanto, ser honesto é necessário. Dado o nível de alienação e ignorância em que se encontram as pessoas em nosso país vejo-me tentado a supor que as quantidades seriam bastante diminutas.
Ao contrário do que ocorre nas duas nações vizinhas, os brasileiros são marcados, de forma majoritária, pela apatia política e por posicionamentos conservadores, tradicionalistas. Esse tipo de conduta demonstra uma imaturidade enormemente danosa para os próprios cidadãos e que coloca o país numa espécie de retrocesso.
Se o futuro de venezuelanos e bolivianos é promissor ou frustrante como se há de saber? Certo mesmo é que, em matéria de coragem, mobilização e esperança, temos muito a aprender com nossos vizinhos... Ou continuaremos ad aeternum sendo escravos de oligarcas ou plutocratas, falsos democratas, demônios tiranos como sempre houve nesse nosso destino torto.